quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Liberdade, até onde?

Ao abrirmos os olhos pomos fim à nossa liberdade, pelo facto de pertencermos a um todo que não dominamos, a sociedade.
Cessam em nós os nossos pensamentos e ideias mais irreverentes e diferentes, porque sabemos que deles surgirão críticas, punições e condicionamentos que carregaremos a vida inteira.

Carregamos o fardo do que fizemos e o fardo do que escondemos dos outros (por não podermos assumi-lo). Estamos pois, presos a uma realidade que os outros nos permitem.
Ao sermos pessoas diferentes temos diferentes limites e temos, sobretudo, diferentes percepções dessas "correias" da expressão.
Enquanto um dito louco consegue ignorar as crenças e valores, os demais que o rodeiam , expressando-se com maior liberdade, vivem por outro lado confinados a quatro paredes (do hospital ou da família) sem que ninguém lhes dê ouvidos.
Outros de tal forma presos aos ideais e às normas da sociedade acabam por não viver vida alguma, senão aquela que os outros querem que viva - perdendo inclusive a liberdade de pensar e sonhar.
A nossa verdadeira liberdade traduz-se somente nos nossos pensamentos - aqueles que nos invadem e que permanecem infinitamente no nosso consciente, sem que sejam jamais verbalizados ou concretizados

C. Belém

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